APRESENTAÇÃO
Os espaços costeiros representam espaços particulares em razão da interface entre continente e mar, abrangendo determinados ecossistemas e privilegiando usos específicos ou privilegiados do espaço. A geografia serve a responder sobre a especificidade desses usos, assim como sobre os conflitos, reais ou potenciais, entre eles. Contudo, outros saberes disciplinares contribuem também a enriquecer as análises, assim como o fazem os aportes dos saberes tradicionais de populações costeiras. Assim sendo, o Iº Seminário sobre espaços costeiros reunirá estudiosos de diversos campos do conhecimento provenientes de universidades baianas, federal e estaduais, assim como representantes de órgãos públicos, movimentos sociais e comunidades locais. Serão privilegiadas as discussões relativas a três grandes questões presentes no Estado da Bahia, a saber: pesca e aqüicultura, litoral urbano e grandes indústrias e infraestruturas no litoral.
A pesca artesanal constitui uma atividade milenar exercida em área costeira ou ribeirinha, de alta importância econômica – com 75% das capturas na região Nordeste – e considerável peso social, como atestam os cerca de 200.000 pessoas dependentes dessa atividade na Bahia. O Estado federal tem entre suas metas aumentar a produção mas conta para tal sobre uma forte promoção à aqüicultura, o que pode entrar em conflito com a atividade de pesca artesanal.
A ocupação humana nos continentes privilegia as regiões costeiras; o Brasil é um exemplo por excelência dessa situação. Atualmente, com o avanço da urbanização, nos litorais das grandes cidades, a natureza sofre sensivelmente a ação danosa de diversos tensores, tais como remoção da cobertura vegetal e poluição, dentre outros. Mas, as relações entre as sociedades e o mar, longe de se resumir a consequências negativas das atividades econômicas, revestem também aspectos culturais e simbólicos variados no espaço e no tempo que se manifestam por usos diversos e/ou contraditórios do espaço.
Enfim, a costa é o local privilegiado de determinadas indústrias ou infraestruturas, implantadas em nome do progresso econômico por certos atores, mas que não raramente significam alterações no meio socioespacial pré-existente e provocam conflitos ambientais com populações locais.
O debate sobre essas questões será fomentado através de conferência, mesas redondas, relatos de experiência e apresentação de trabalhos científicos. Pretende-se contribuir com a análise e subsídio de políticas públicas e de ações de movimentos sociais, assim como despertar o interesse de estudantes e pesquisadores para o tema.
Para maiores informações, acesse o site: http://www.costeiros.ufba.br/index.html
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